Por
muitas vezes, embora eu tivesse opinião sobre os assuntos polêmicos que surgem e dizem respeito a cultura gaúcha,
preferi comentar sutilmente nos meios que hoje nos permitem dividir o
que pensamos: as redes sociais.
É
através delas que as informações nos chegam de todos os lados e a todo momento,
praticamente em tempo real, conforme os fatos acontecem.
Mas
hoje, senti vontade de aprofundar meu raciocínio e dividir com vocês meu
pensamento sobre o que li a respeito do projeto de lei do Deputado Federal,
ambientalista e advogado, Sr Ricardo Tripoli, e sobre as manifestações de
entidades gaúchas e do povo gaúcho em geral.
Eu
jamais poderia me atrever a falar dos rodeios de São Paulo, ou de outros
lugares do Brasil... porque não os conheço, e acredito que sejam bem diferentes
dos rodeios daqui do RS. Jamais poderia me atrever a falar das vaquejadas no
norte do país, pois só vi na TV e superficialmente sei como funcionam... mas
não conheço de perto esse universo.
Por
sempre ter tido contato com o universo do campo, pelo convívio desde a infância
no universo das atividades campeiras dos CTGs, e também pelo meu recente contato mais
próximo com o universo do Freio de Ouro (como expectadora, em função do apego
do Joca)... o que eu acredito, é que posso falar, e não devo ficar calada diante
do que vi e li hoje!
"O Deputado Ricardo Tripoli apresentou um
projeto de lei em Brasília objetivando a proibição da perseguição de animais
durante rodeios em todo o país, o que atingiria a prova do tiro de laço, a mais
disputada entre as competições campeiras do estado, e até mesmo as gineteadas e
o tradicional Freio de Ouro" .
O que me deixou pasma, foi
ler as palavras do próprio Deputado em entrevista concedida a Zero Hora...
Que me perdoe o Deputado, mas
suas próprias palavras demonstram a falta de conhecimento com a nossa
realidade cultural; falta de conhecimento quanto a prática da lida no campo no manejo de animais; e
especialmente a falta de noção do que são os rodeios do Rio Grande do Sul, como
são suas provas, e a realidade dos rodeios hoje que sofrem rígida fiscalização
e acompanhamento das entidades competentes quanto aos tratos aos animais.
Reproduzo aqui trechos das palavras do Deputado na entrevista:
“Alguns
garrotes (bezerros) têm morrido durante o rodeio, porque depois de passar o
laço no pescoço do animal o cavaleiro tem de jogá-lo no chão. O animal quebra a
cervical, fica sem oxigênio e, às vezes, acaba morrendo. São atividades
chamadas recreativas, mas na verdade o animal é maltratado. Coloquei no papel o
que as pessoas têm me solicitado: que parem essas agressões”
(...)
“Os rodeios hoje em dia não se dão pura e simplesmente pelo
que ocorre no picadeiro. No Rio Grande do Sul tem o leilão de animais,
alimentação tradicional daquela região, exposição de veículos. Há uma série de
outras atividades que complementam o rodeio”.
A falta de conhecimento de algumas dessas pessoas que tem o poder de
legislar é extremamente decepcionante! Frustrante! E causa indignação!
Se o ilustre deputado tivesse se aprofundado no
assunto... saberia o quanto essas atividades são presentes no Rio Grande do
Sul, e quem sabe, poderia ter tido um cuidado em conhecer
melhor sobre o assunto e não achar que “rodeio” se resume ao que ele talvez
costume ver debaixo do seu nariz lá no estado de São Paulo.
Aqui no Rio Grande do Sul, essas “provas” nada
mais são do que uma reprodução de atividades campeiras, necessárias e extremamente
úteis no manejo no campo... que hoje estão além do universo do serviço para se
tornar “também” competições...
Laçar, pealar, paletear, buscar no
aperfeiçoamento genético a melhor habilidade do animal, além de aprimorar a habilidade de ginetes, laçadores, e treinadores... não são pura e
simplesmente "competições" como tenta resumir o ilustre Deputado! São muito mais
que isso... são parte de uma realidade que faz com que a “carne” chegue até a
mesa de muitos que nunca nem viram de perto um boi, uma vaca... e muito menos
sabem como esse animal chega até o seu prato em forma de alimento!
Afora o fato de que hoje essas competições envolvendo
essas provas se tornaram “profissionais” e muito populares, movimentando um
mercado expressivo... cabe ressaltar que muito além disso, são uma realidade
que faz parte da indústria agropecuária que sustenta nosso país!
Sobre o mercado do rodeio hoje, extraí trecho que li no G1 (http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/reporter-farroupilha/platb/2012/12/17/projeto-de-lei-ameaca-rodeios/)
“A proposta, que antes de ir
a plenário, precisa ser aprovada nas comissões de Turismo, Meio Ambiente e de
Constituição e Justiça, deixou os praticantes do esporte em alerta. Nas redes
sociais, já circulam campanhas contra o projeto. Em jogo, está uma indústria
que no Rio Grande do Sul movimenta 1,2 milhão de pessoas, segundo o MTG. São
cerca de 38 mil laçadores e 40 rodeios por mês durante a temporada que vai de
outubro a maio.”
A propósito, por favor alguém pode me informar
se leu nos jornais, ou teve conhecimento de alguma notícia de animais mal
tratados nos rodeios do último final de semana? Mas de acidentes no trânsito e de
crimes de “maus tratos” contra a vida de seres humanos nossos jornais estão cheios, não
estão? E de problemas relacionados ao atendimento a saúde humana então, nem se fala!!!
Será que não está na hora de “fazer mais” com o
turbilhão de leis que já existem e parar de inventar moda?
Aproveitando o clima de final de ano em que
são escolhidos os grandes prêmios do ano em cada atividade ou categoria...
também quero participar:
Já que estão chamando nossos rodeios de “CIRCO de
horrores” e se referindo às pistas como “PICADEIROS” meu voto para o “NARIZ
VERMELHO” do ano, vai para...
#naodeixeolaçomorrer
ResponderExcluirOlá Juliana, sou seu fã e de sua música... sobre todas "O Sábio do Mate". Gostaria muito que você fizesse parte do Grupo "O Sábio do Mate" que criei para essa linda letra, que se tornou a minha Prece Diária... peço essa mesma música todas as manhas na Rádio Rio Pardo, na cidade onde moro, Rio Pardo.
ResponderExcluirLink para o Grupo:
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Um forte abraço, e parabéns!