Deus trata de volta e meia
nos mostrar o que realmente importa na vida: as amizades, as boas lembranças, a
convivência (próxima ou as vezes nem tanto...) e o aprendizado que cada pessoa
ou experiência nos proporciona ao longo desses encontros e desencontros da
vida...
Parte 1
Comecei a cantar cedo... e
quando eu tinha perto de 10, 11 anos, existia um bar em Faxinal que trazia música ao vivo praticamente todo o
final de semana. Pelo meu envolvimento e gosto pela música, meus pais acabavam
me levando sempre assistir os inúmeros artistas que cruzavam pela humilde e
pacata cidade... Foi assim que conheci muitos e muitos artistas, que mais
tarde, além de ídolos, vieram a se tornar colegas e amigos...
Foi assim que assisti pela
primeira vez Luiz Carlos Borges...
Já na convivência do universo
musical... tantas e tantas vezes nos encontramos em festivais, andanças...
tantas vezes o assisti... e acompanhei sempre com muito carinho e respeito seu
trabalho único e brilhante!
O “Borges” é o artista que
conheço que sempre me surpreendeu! Tudo o que ele fez na sua trajetória musical
– as composições, os discos - é muito bom! E quando a gente pensa que já viu
tudo, e já está com a alma repleta, em êxtase, ele prepara algo novo, ainda
melhor!
Acompanhei sempre o respeito
de diversos lugares do Brasil e do Mundo por este artista nosso! Sem falar em
todos os artistas com os quais ele já dividiu seu canto e sua música por tantos
e tantos lugares, países, conquistando o carinho, a admiração, e a amizade de
personalidades mundiais como a nossa
sempre querida Mercedes Sosa.
Tive o privilégio de dividir
o palco com o “Borges” (me permitam chamá-lo assim...) em 2011, no Theatro
Treze de Maio em Santa Maria, através do projeto Acordes Regionais... e foi uma
experiência incrível! Éramos três jovens (Maykell Paiva, Felipe Alvarez e eu)
ao lado de nosso ídolo, vivendo um encontro único de acordes e temas
regionais...
Quando estava preparando o
novo disco, fiz contato para trocar uma
idéia sobre ter no meu álbum uma obra dele... e com toda sensibilidade do
Borges, fui presenteada como uma composição chamada “MÃE” , que me emocionou
muito desde a primeira vez que a ouvi... e além de tudo, ainda recebi o carinho
de poder contar com a participação dele tocando e cantando comigo no disco!
Tudo isso que estou
escrevendo resumidamente aqui, passou como um filme na minha memória na noite
que antecedeu a gravação em Pelotas...
(Foto: Miza Limões)
Era Deus me fazendo
enxergar o quanto a bondade, a
humildade, e a disponibilidade tornam uma pessoa preciosa e única!
O mesmo Borges que comemora 50 anos de uma
carreira brilhante, que já virou o mundo cantando com os artistas mais
importante e respeitados, e que tem o respeito e o carinho de artistas e
publico de todos os lugares, estava desviando sua rota das férias (POA – São
Luiz Gonzaga), para cruzar em Pelotas com a família e passar a tarde
trabalhando conosco no estúdio!
Isso me emocionou demais, e
junto às emoções da composição que estávamos registrando, acabei por desabar em
lágrimas durante o momento em que estava gravando a voz num trecho da canção
que diz assim:
“Mãe,
Ela é quem canta enquanto o
filho dorme
É quem defende se o filho fez
arte
Fica rezando pra que ele
retorne
E chora escondida quando um
filho parte"
(Foto: Miza Limões)
Não preciso dizer que tomada
por esse universo de emoções e sensibilidade, chegava nesse trecho da música, e
não conseguia cantar... Tentei muitas e muitas vezes e foi uma provação pra mim, conseguir controlar o pranto e cantar o que a música dizia...
Embora a música fale do filho
que “sai de casa” ... me vinha a cabeça o retorno que não acontece... a partida
dos filhos antes dos pais, situação que vivi de perto na minha família com a
morte do Mano, e que tantas e tantas mães
e famílias estão vivenciando neste momento com a tragédia de Santa
Maria... impossível tirar o nó e a lágrima da garganta!!!
Parte 2
A música “Mãe” está pronta,
gravadinha! E ficou um luxo! Está aguardando a mixagem do disco, prevista para
os próximos dias... por isso, ainda não
enviei pro Vinícius Brum, parceiro do Borges nessa composição, pra que ele
ouvisse o resultado final...
Eis que logo cedo, ontem
(Sábado) recebo uma menção no instagram da minha amiga e colega Shana Muller,
com a imagem da coluna Pampianas da Zero Hora... dizendo que havíamos sido
mencionadas no texto do Vinícius.
Estava a poucos metros da
Zero Hora... peguei o jornal e fui direto na coluna pra ler... achei de uma delicadeza e de um carinho tão grande ver nossos nomes - mulheres cantoras - lembrados pelo Vinícius num momento tão especial...
Ao ler o texto, me peguei lembrando de quando e como conheci o Vinícius... Eu o
assistia nos festivais... meados dos anos 90. Numa ocasião, na Coxilha
Nativista em Cruz Alta, (1992 ou 1993 – quando eu participava da Coxilha Piá pelas primeiras vezes)
meu pai encontrou o Vinícius (que estava participando do festival) e conversou
com ele um tempo... eu sentia um misto de felicidade de saber que meu pai
conhecia aquele artista tão importante, mesclado a curiosidade de entender como
o pai poderia conhecê-lo, se todo aquele mundo era novidade pra nós.
Quando jovens, o Vinícius e o
Tuny (seu irmão, também músico cantor e compositor) vinham de Formigueiro (onde
moravam) a Faxinal, passar alguns dias das férias na casa de uns tios... que
coincidentemente moravam perto de onde vivia a família do meu pai (no chamado
antigamente de Posto Agropecurário).
O pai conta que enquanto a
gurizada jogava bola e corria fazendo arte... os dois sentavam numa sombra,
pegavam o violão e cantavam... e que por algumas vezes ele ficava ali pela
volta, apreciando...
Daí pra frente, após esse
primeiro “reencontro”, seguimos nos revendo nos eventos musicais, e no meu
primeiro disco, gravado mais ou menos nessa época, já pude contar com uma
composiçãoo do Vini.
(Foto: Vinícius Costa)
Quando vi de que lugar o Vinicius falava... percebi que os encontros da
vida - esses que sempre nos ensinam - mais uma vez estavam a me falar de
simplicidade, carinho, família, humildade, respeito, admiração...
Me vi sentindo o cheiro do
campo e o sabor da infância quando li as primeiras linhas... porque o texto falava
da Pitangueira, em Formigueiro.
Nesta localidade, uma família
de amigos muito queridos tem uma propriedade, que também sempre foi chamada de
Pitangueira... o Moacir, a Ana Marli, o Diogo, a Rô e a Mari (gêmeas), são
gente da família! Sempre foi assim... e quando criança, íamos muito pra
Pitangueira (em bando) passar o Domingo ou o final de semana...
Lá se andava a cavalo (a “Gateadinha”
coitada, tinha que dar conta de todas as crianças...) se brincava nos currais, se corria livre e
solto perto das mangueiras, se deitava na rede à sombra, se comia churrasco,
por vezes pegava o violão pra cantar pra turma de amigos... eram finais de
semana muito breves perto do tamanho da nossa vontade de “aproveitar”
intensamente aquela infinidade de coisas boas – simples, boas, únicas.
Talvez por isso o Vinícius,
que nem sabia da minha ligação com esse lugar, passando pela Pitangueira, tenha
também lembrado do meu canto... deve ter por lá um pedacinho do meu coração que
por vezes canta na carona do vento!
Simplesmente lindo !!! As lagrimas que teimam em rolar por meu rosto não me permitem escrever mais nada, apenas que ameiiiiiiii...Bijo. ♥
ResponderExcluirLindo mesmo!!!Que sensibilidade, que ser de luz que vc é!!1Tudo de melhor sempre!!!bj enorme. Marcia.
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Lindo Juliana !!!!! Lindo ....
ResponderExcluirbjo no teu coração e sucesso milll!!
cada vez mais que leio sobre você mais lhe admiro... beijos que Deus continue a lhe iluminar....
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